quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COOL

Todo dia é a mesma coisa, uma multidão se aglomera para disputar migalhas de pão, com os cabelos suados e as mãos no bolso, correndo para o nada, fazendo pompa e pose de retaliação. Com a mente insana, você espreita o bárbaro aceitável da humanidade, com músicas tolas, se expõe ao alto das torres de tiro, com os olhos vendados, sua voz estridente nunca repousa e seus ouvidos fechados fazem de você um produto empilhado nas revendas de álcool. A sombra da galinha você se aconchega, e é assim que roubam o seu cérebro, a refeição do palhaço você se torna. Há um segundo, você se achava importante, agora percebe que ninguém mais o nota, a vida inteira criticou a sua imagem e semelhança, e agora a sua alma vazia o consome. Você não tem passado, não sabe de onde veio e não enxerga além da cortina que esconde a janela. Agora você se acha cool, você acredita ser cool, você faz tudo que o cool manda, você é o estereótipo, você se tornou a cobaia livre, viva a sua liberdade!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Minhas pernas estão plantadas, minhas mãos já cansadas não conseguem mais as mesmas notas afinadas, o sol quente do deserto tortura a minha mente e preciso procurar por águas calmas, onde eu possa renascer de todo condicionamento mental que me impede de enxergar o vasto oceano.